domingo, 13 de março de 2016

À sombra do nada vindouro





Ele veio de longe
E não se lembrava mais de onde havia partido
Poucas imagens vinham à sua mente
E a sua vida era como um tiro disparado na escuridão.

Os seus passos caminhavam lentos
E os seus olhos pareciam pertencer à outra dimensão
A noite era como o dia
E o dia era uma noite sem fim.

O que teria acontecido àquele homem?
Que catástrofe teria roubado a sua consciência?
Perguntas jamais respondidas
Motivos jamais procurados.

Onde quer que a verdade estivesse escondida
Para sempre ficaria enterrada
Ele partiu para longe
Deixando pra trás a sombra do que um dia foi.

Sem nome e sem identidade
Quem iria se lembrar de alguém assim?
Quem iria se importar?
Ele era apenas uma incógnita a caminhar.

No meio dos equívocos ele desapareceu
Sem falar qualquer palavra
Sem qualquer tipo de reação
O breu o recebeu em suas entranhas.

Empreendeu sua longa viagem rumo ao nada
Com o desejo de, quem sabe um dia
Relembrar quem foi, recordar o que fez

Reviver o que sentiu e ser um ser, e ser seu.

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